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Festa do povo. Mas que povo?

  • Foto do escritor: rpretas
    rpretas
  • 22 de fev. de 2020
  • 2 min de leitura

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Texto por Pryscila Galvão e Bolaji Alves


Carnaval batendo na porta, fazendo todo mundo tirar o glitter e a purpurina do fundo do guarda-roupa e a criatividade voar pras mais loucas fantasias. Hoje o carnaval se consagra enquanto o principal evento do Brasil, estando no calendário oficial do país e o mais lucrativo, superando a parada LGBT, por exemplo.


Mas você sabe como conseguimos tornar uma festa tradicionalmente portuguesa em algo tradicionalíssimo brasileiro e, principalmente, PRETO? O carnaval nasceu lá em Portugal, sendo uma festa para que a população aproveitasse antes do período da quaresma, ou seja, desfrutar dos prazeres da carne antes da exclusão religiosa.


Aqui no Brasil, assim como diversas outras coisas, o carnaval chega no período colonial como Entrudo, sendo separado em Entrudo familiar, festejado dentro de grandes casas e o Entrudo popular, sendo festejado nas ruas, principalmente por pessoas pretas escravizadas na época.

Como forma de resistência nascem os cordões, já que o Entrudo popular é criminalizado mais pra frente, enquanto a classe mais alta festeja o carnaval dentro de casarões, as famosas sociedades. Dos cordões, nascem as escolas de samba, tão tradicionais em São Paulo e no Rio de Janeiro, tendo como mais antigas em cada cidade a Vai-vai e a Portela respectivamente. A nomenclatura de “escola de samba” vem com o objetivo de criar um ambiente que se torne reduto para sambistas e amantes da cultura, pensado e idealizado por Ismael Silva, criador também da primeira escola de samba do Rio de Janeiro, a Deixa-Falar. Nessa mesma época, são decididas as alegorias necessárias dentro de uma escola de samba, como bateria, comissão de frente, enredo, samba-enredo, fantasia, alegoria, mestre-sala e porta-bandeira, evolução e harmonia, além do tempo de desfile que deve ser de, no máximo, de 65 minutos.


Na cidade de Bauru, assim como na capital, o descaso com uma cultura preta e de séculos pode acabar com toda uma tradição. Diferente do que se pensam, o orçamento que se destina ao carnaval sai da secretaria da cultura e já entra no planejamento anual financeiro do país e da secretaria. Hoje, pela falta de informação, muito se acredita que o dinheiro que é destinado ao carnaval sai da saúde ou da educação, por exemplo, sendo que lazer também é um dos direitos básicos do cidadão. Em Bauru, hoje, não se sabe se o carnaval da cidade vai acontecer pela falta de repasse desse orçamento as escolas de samba, além disso, cultura por aqui só é apenas para as classes mais altas da cidade.


Hoje, as maiores e mais tradicionais escolas de samba do estado de São Paulo não fazem parte do grupo especial, ocupando o Acesso A e B. O Alma Preta traz pra gente como as maiores escolas estão no grupo de Acesso, somando 35 títulos no carnaval paulistano, e a luta para voltar ao grupo especial.

 
 
 

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